Vacina contra HPV
Falar de vacina contra o HPV (papiloma vírus humano), é falar sobre proteção contra o câncer do colo do útero. Isto porque, nem todas as mulheres que são contaminadas pelo HPV irão desenvolver câncer genital, mas porque mais de 90 % das mulheres com câncer do colo do útero contraíram HPV, em alguma fase de suas vidas.
Outros tipos de câncer também estão relacionados ao HPV, atingindo não apenas as mulheres, mas também os homens. É o caso do câncer de pênis, câncer anal, câncer de cabeça e pescoço e do câncer vulvovaginal.
Existem mais de 200 tipos de HPV. Destes, cerca de 40 tipos podem afetar a mucosa genital e 15 se relacionarem ao desenvolvimento do câncer.
Os vírus do HPV são classificados como de baixo e alto risco para o câncer do colo de útero, sendo alguns tipos também classificados de risco intermediário.
Em junho de 2006, o FDA aprovou a vacina quadrivalente recombinante contra o papiloma vírus humano, dos tipos 6, 11, 16 e 18, para mulheres de 9 a 26 anos. Os tipos 16 e 18 são de alto risco para o câncer de colo do útero e os tipos 6 e 11 considerados de baixo risco para o câncer de colo do útero, são responsáveis pelo desenvolvimento das verrugas genitais.
Posteriormente, foi lançada a vacina bivalente, que protege contra o HPV dos tipos 16 e 18, de alto risco para o câncer de colo do útero.
Contudo, os estudos realizados demonstram que as vacinas contra o HPV produzem uma proteção para algum outro tipo de HPV não incluído na vacina e que podem estar relacionados com até 30% do total de cânceres do colo do útero. É a chamada proteção cruzada. Essa proteção é menos intensa do que para os tipos aos quais se destinam a vacina e deve-se principalmente a alta eficácia contra os tipos 16 e 18.
A vacina é aplicada em três doses, por via intramuscular. O intervalo entre a primeira e a segunda dose é de sessenta dias e entre a segunda e a terceira dose, de cento e vinte dias.
Se após a primeira dose, a segunda não for aplicada no período previsto, deve ser feito tão logo seja possível e, nesse caso, o intervalo entre a segunda e a terceira dose deve ser reduzido para noventa dias. Se o esquecimento ocorrer com relação a terceira dose, ela deve ser tomada de imediato. O cuidado maior para as usuárias da vacina é a administração das três doses, pois só assim a prevenção contra o câncer, ou contra o câncer e as verrugas genitais estará assegurado, pelo menos é o que vem acontecendo até agora, nos casos que estão sendo monitorados. Por se tratar de uma vacina ainda nova, avaliações continuarão a ser feitas e, logicamente intervenções, se necessárias.
Contudo, é nosso dever salientar que a vacinação contra o vírus do HPV não isenta mulher e homem de adotar medidas profiláticas de prevenção a esta doença quando da relação sexual. O uso do condom ou preservativo ou camisinha se impõe quando de relações sexuais com parceiros desconhecidos, eventuais, ainda que a pessoa tenha recebido a vacina. Isso porque a proteção da vacina é atualmente estimada em cinco anos e protege somente do ataque dos tipos de HPV anteriormente citados. Existem, portanto, lacunas no conhecimento acerca da patogenicidade de todos os tipos de HPV.
Em prática – isso vale também em relação às demais Doenças Sexualmente Transmissíveis – um casal só pode prescindir do uso do preservativo, se mantiver um relacionamento estável, monogâmico e se, depois de seis meses de uso constante do condom, ao realizar todos os exames para o diagnóstico das DST, estiver negativo.