Tristeza Pós-Coito
Apresentar tristeza – disforia –, ou post-sex blues (depressão pós-coito, como os americanos dizem), após ter tido uma relação sexual satisfatória, ocorre em cerca de 30% (32.9%) das mulheres. A esta conclusão chegou um grupo de pesquisadores da Austrália e dos Estados Unidos da América do Norte.
Num estudo publicado no International Journal of Sexual Health, em 18 de março de 2011, os professores Brian S. Bird e Robert D. Schweitzer da School of Psycology and Counselling, Queensland University of Technology, Kelvin Grove, Australia e o professor Donald S. Strassberg of Department of Phycology, The University of Utah, Salt Lake City, USA, relatam os resultados de suas pesquisas.
Haviam sido entregues 386 questionários a estudantes universitárias que haviam mantido ou estavam mantendo vida sexual ativa.
Somente 222 devolveram o questionário, isto é, 57,5%. A idade variava de 17 a 61 anos, idade média de 24,37 anos.
A pesquisa acerca da presença de disforia abrangia a vida sexual anterior e das últimas 4 semanas antes de receber e responder aos questionários. Perguntava-se, também, se elas haviam sofrido abuso sexual na infância ou na idade adulta.
Não entraremos nos detalhes metodológicos que abrangem toda uma longa série de perguntas e cálculos estatísticos. Definiremos as características da PCD – poscoital dysphorya ou DPC – disforia pós-coito. Trata-se de uma experiência negativa após uma relação sexual considerada satisfatória. Nada tem, portanto, a ver com o desempenho sexual da mulher. Ela pode manifestar melancolia, choro – às vezes incontrolável, ansiedade, irritabilidade ou agitação psicomotora.
Esta situação médica não está bem estudada, ainda que já em 1949 Eisenstein foi um dos primeiros a publicar trabalhos referindo-se à sintomatologia da DPC.
Os autores concluem que os estudos atuais sugerem que o número de mulheres que experimentam DPC e seus fenômenos pode ser maior do que se relata.
Dato que, existe associação entre DPC e abuso sexual, condição social, presença de patologias mentais, predisposição biológica e outras de menor importância, os autores afirmam que mais pesquisas deverão ser realizadas para individuar exatamente as causas e encontrar soluções efetivas de suporte ou cura para as mulheres que sofrem dessa mais do que desagradável situação.
Sendo assim, as mulheres que apresentam disforia pós-coito devem encarar esta experiência sem considerá-la uma patologia mental ou de recusa ao sexo, que possa colocar em risco o relacionamento do casal.
Portanto, é importante que o casal converse livremente sobre a situação e, eventualmente, procure a ajuda de um especialista.